sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Um belo coração

Um jovem estava no centro de uma cidade, proclamando ter o coração mais belo da região. Uma multidão o cercava e todos admiravam o seu coração. Não havia marca ou qualquer outro defeito. Todos concordaram que aquele era o coração mais belo que já tinham visto.

O jovem ficou muito orgulhoso por seu belo coração. De repente apareceu um velho diante da multidão e disse: “Por que o coração do jovem não é tão bonito quanto o meu?” A multidão e o jovem olharam para o coração do velho que estava batendo com vigor, mas tinha muitas cicatrizes. Havia locais em que os pedaços tinham sido removidos e outros tinham sido colocados no lugar, mas estes não encaixavam direito, causando muitas irregularidades. Em alguns pontos do coração, faltavam pedaços.

O jovem olhou para o coração do velho e disse: “O senhor deve estar brincando ... comparar nossos corações. O meu está perfeito, intacto e o seu é uma mistura de cicatrizes e buracos.”

“Sim! – disse o velho. – Olhando o seu coração parece perfeito, mas eu não trocaria o meu pelo seu.”

Veja, cada cicatriz representa uma pessoa para a qual eu dei o meu amor. Tirei um pedaço do meu coração e dei para cada uma dessas pessoas. Muitas delas deram-me também um pedaço do próprio coração para que eu o colocasse no meu, mas como os pedaços não eram exatamente iguais, há irregularidades. Mas eu as estimo, porque me fazem lembrar do amor que compartilhamos.

Algumas vezes, dei pedaços do meu coração a quem não me retribuiu. Por isso há buracos. Eles doem. Ficam abertos, lembrando-me do amor que senti por essas pessoas ...Um dia espero que elas retribuam, preenchendo esse vazio. E então jovem? Agora você entende o que é a verdadeira beleza?

O jovem ficou calado e lágrimas escorriam pelo seu rosto. Ele aproximou-se do velho, tirou um pedaço de seu perfeito e jovem coração e ofereceu ao velho, que retribuiu o gesto. O jovem olhou para o seu coração, não mais perfeito como antes, mas mais belo do que nunca.

Agora você terá a chance de retirar um pedaço do coração e passá-lo para uma pessoa que goste, ou senão guarde-a, e deixe seu coração intacto...


Autor Desconhecido

Beijo da raposinha
Carpe Diem

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Faxina geral


A vida é como uma casa e devemos mantê-la limpa, varrida, adornada.
Uma janela aberta para ventilar, um tapete na porta para tirar a sujeira dos sapatos.
Em dia de festa tudo muda, a casa fica cheia de alegria, mas também cheia de sujeira.
Vão-se os convidados e ficam copos descartáveis no chão, resto de comida pelos cantos, as pessoas vão à sua casa e fazem a maior bagunça, deixam seus restos.
Hora da limpeza, fim de festa!
O que é descartável para o lixo. Ficam as recordações, as boas e más lembranças, fotos, as alegrias e brigas do evento.

Mais um dia, um dia após a festa...

Assim é a vida. Umas pessoas entram nelas trazendo pouca ou nenhuma sujeira na sola do sapato, são as que encontramos na rua, no trabalho e que não entram verdadeiramente em nossas vidas, só no nosso dia a dia.
Tem as que entram de sola, fazem uma festa, se alegram contigo, sorriem, choram, te deixam descabelada, suada, feliz, mas vão-se embora, deixando a poeira de seus passos marcados no piso frio de seu coração. Deixam seus restos, suas marcas e muita saudade.

Como no dia seguinte à festa temos que fazer uma faxina, nas nossas vidas é o mesmo, temos que limpar nosso coração. Limpar as marcas dos passos, as impressões que aprisionam e se livrar dos ratinhos que aparecem para roer nosso coração.

Decidi rever valores, varrendo traços de tristeza e abrindo as janelas do meu coração!
Faxina geral na minha vida.

Beijos da Raposinha!

Carpe Diem

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Andança


Andava por um caminho,

Convergia,

Ia e vinha,

Cansava,

Parava,

Seguia.

A alma escondida se mostra

Nos caminhos percorridos,

Pedra, flor, espinho.

Mostrava os pés, responsáveis pela andança.

Ora tratados, ora calejados, ora simplesmente empoeirados.

Os pés resvalaram e por vezes seguia - um pé no caminho e outro no precipício.

Por que não caí?

De um lado, meu chão eu sentia, do outro, a mão de Deus me sustentava.

A mão me impediu de cair, mas os pés, esses me levavam cada vez mais distante.

De onde não sei mais voltar.


Beijos da Raposinha
Carpe Diem!

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Maria

Eis que a serva gemia!
Gemia e suava numa ânsia de dor e prazer!
Só seu marido e alguns animais presenciavam aquele momento.
E por um instante, como milagre, todos entendiam a importância daquele evento.
Homem, mulher e animal celebrando a vida que estava por vir. Tão perto, tão real, tão surreal...
De repente a criança chora!
A mãe o embala e lhe amamenta. Olha seus pequenos olhos e enxerga além de um bebê. Como pode? Pensa quase aflita.
Como pode meu Senhor ser tão dependente de mim?
Como pode meu Senhor crescer dentro de mim?
Como pode meu Senhor ser alimentado por meus seios?
Achei que Ele já saberia tudo! O anjo não me explicou. Como eu, serva humilde, hei de ensinar “vida” ao meu Senhor?
E Maria seguia seus dias com grande preocupação. Ensinar o seu Senhor a ser digno, ensinar seu Senhor a caminhar. Agasalhar seu Senhor, colocar para dormir, velar seu sono.
Mas Deus não abandonaria Maria e nem o seu filho. De graça e sabedoria encheu Maria. Tranqüilizou-a e mostrou que se ela era a escolhida, seus exemplos eram retos.
Deus não entregaria seu filho para qualquer pessoa.
E José, servo fiel e obediente, cheio de amor acolheu Jesus. Ao lado de Maria o educou e cumpriu seus propósitos na terra onde pisou.
Jesus cresceu e em tudo obedeceu a Deus.
E dos mandamentos não se esqueceu. Fez de José um homem Santo, venerado pelos cristãos e Maria, sua mãe, deu honra especial, afinal, o sangue Dele era o próprio sangue de Maria.
Honrarás Pai e Mãe. Cristo nos ensinou. Pena que muitos se esquecem e comparam sua mãe com qualquer mortal comum.
Eu como pobre miserável, amo e honro minha mãe. Nessa terra nunca vi, não conheço e nem senti, que alguma outra mulher, seja mãe melhor que a minha. Que dizer então, dessa mulher chamada Maria?
Maria cheia de graça, doçura e esperança. Rogai sempre por nós. Rogai pelos filhos seus. Se Deus me fez filho adotivo, filho seu também o sou. Para ser irmão de Cristo, não desprezo o seu amor. Me acolhe nos seus braços, Ó Maria, mãe de Deus!
Beijo da Raposinha!
Carpe Diem!

terça-feira, 21 de julho de 2009

Leitores também contam


Beijo da raposinha!
Carpe Diem

O alcance de uma oração

Vou contar a bela história de um bispo católico, que bem ilustra a importância da vida contemplativa.

Na juventude, ele era freqüentador assíduo de prostíbulos. Cultivava esse hábito como um modo de vida mesmo. Um vício que tomou parte da rotina de sua vida.

Certo dia, dentro de um desses prostíbulos, avistou uma bela menina no meio de tantas outras, que lhe prendeu a atenção de modo absolutamente inusitado. Essa jovem o olhou diretamente nos olhos, para, logo em seguida, sumir no meio da penumbra típica do lugar. Ele ficou encantado com a imagem paradisíaca daquele belo rosto e fixou em sua mente o olhar da moça; um olhar que não esqueceria jamais.

Ele aguardou calmamente mais um tempo dentro daquele lugar, esperando vê-la sair talvez de alguma cabine, depois de satisfazer um cliente qualquer. Mas ela estava demorando pra voltar e o rapaz começou a procurá-la. Perguntou às outras moças da casa sobre aquela que se tornara seu sonho de consumo imediato. Mas, estranhamente, as “colegas” da mais bela de todas as raparigas que já vira não sabiam de quem ele estava falando; não se lembravam de nenhuma colega com as características descritas por ele. O rapaz saiu um tanto confuso e desolado.

Voltou ao mesmo local diversas vezes depois e... Nada de encontrar novamente a mais bela de todas. Passou a procurá-la em outros prostíbulos e também nada. Jamais havia se sentido tão frustrado antes. Desgosto profundo. Desistiu da busca e desanimou dos prostíbulos e das prostitutas. Não havia mais sentido em freqüentar aquele mundo. Em verdade, parecia ter perdido o gosto por mulher. Já não lhe apetecia. Estranho, mas estava acontecendo.

Daí por diante, as coisas mudaram irremediavelmente para melhor. O jovem rapaz encontrou Jesus, o Cristo, e experimentou uma profunda transformação em sua vida. Uma guinada de cento e oitenta graus, pode-se dizer. Passado algum tempo de conversão, decidiu abraçar a vida religiosa. Mais adiante recebeu o sacramento da ordem. Muito tempo depois, sagrou-se bispo. E, então, as lembranças do passado já não eram mais que fumaça dissipada. Quando vinham à mente, não vinham jamais em forma de tentação. Sobressaía apenas uma leve sensação de desgosto por jamais ter encontrado aquela moça...

Foi transferido para uma nova diocese e logo iniciou uma série de visitas pastorais e de apresentação. Numa dessas visitas compareceu a um convento de freiras que viviam enclausuradas. Cumprindo o protocolo de praxe, o bispo foi apresentado à superiora do convento e, posteriormente, “passou em vista” as demais irmãs. Nesse momento da visita, ocorreu o inesperado: ele avistou aquele olhar cujo desenho era nítido em sua memória. O rosto também lhe era tão familiar, como se o tivesse visto no dia anterior. Mesmo com as rugas senis, a fisionomia era a mesmíssima. Agora, no entanto, havia a moldura do hábito religioso; uma visão esplendorosa que jamais poderia ter concebido naquele tempo de trevas de sua história pessoal.

O impacto somático foi imediato. A taquicardia e o calor súbitos que imediatamente lhe tomaram de assalto, corolário óbvio daquele episódio surreal, eram provas cabais de que a bela jovem, aquela mesma da brevíssima aparição de muitos anos atrás, ressurgira ali mesmo, naquele instante. Não havia espaço para a dúvida. A certeza era absoluta. Mas ele respirou e respirou e... Conseguiu conter os efeitos visíveis daquela explosão de adrenalina. Esperou o almoço.

Aquela ansiedade quase insuportável o fez tomar a refeição com esforço e pressa muito mal disfarçada. Então, encheu-se de coragem e dirigiu-se à superiora, dizendo que “queria conversar com aquela irmã que sentou na quarta cadeira depois da senhora, madre. Eu acho que a conheço, mas não me lembro o nome... A senhora sabe de onde ela é? Conhece a história dela?” A madre mal disse o nome da indigitada irmã e logo a chamou. O bispo novamente procurou disfarçar a forte emoção, mas, vendo que agora ela se aproximava, já não sabia como deveria interpelá-la ou o que deveria perguntar, se é que deveria...

Ela se apresentou e, já informada da dúvida do bispo, passou a falar-lhe de sua cidade natal, nome de família, as instituições de ensino que freqüentou e outros detalhes de sua trajetória de vida, sempre com solicitude e paciência, imaginando que a qualquer momento o bispo a interromperia, para dizer, enfim, de onde a conhecia. A serenidade e sobriedade no falar daquela mulher acalmaram o bispo. Ele a ouviu atenta e pacientemente, mas nada do que ela disse remetia ao local do breve contato visual que haviam travado. Enquanto ela falava, ele a olhava fixamente e firmava o olhar em seus olhos na vã esperança de que ela o reconhecesse, mas... Nada.

Até que decidiu perguntar-lhe objetivamente: “irmã, por favor, não se ofenda, mas eu preciso saber: a senhora trabalhou em algum prostíbulo quando mais nova?” Diante da expressão de perplexidade no rosto dela, ele receou estar constrangendo-a inutilmente. Mas, de fato, ela não havia se perturbado com a indiscreta pergunta e respondeu calma e sorridente: “Não, senhor, jamais pisei em lugar desse tipo. Mas é interessante o senhor me perguntar sobre isso... é que, curiosamente, desde há muito me dedico à oração de intercessão pelos homens que freqüentam prostíbulos. Sempre peço a Deus que sejam libertos desse vício e que se convertam.”

Num átimo de segundo, tudo ficou claro e cristalino. Ah! Os caminhos de Deus...

“Irmã, suas orações foram ouvidas. Eu sou a prova viva disso.”

Agora ele estava contando a ela sua trajetória de vida, completamente extasiado de alegria incontida. As lágrimas corriam livres e soltas como num encontro de velhos amigos que realmente se amavam e que haviam sido privados da presença um do outro durante tempo demasiado. E apesar de todo o tempo em que não se viram, estavam absurdamente gratos a Deus, porque agora, enfim, toda aquela distância no tempo fazia sentido e, ainda por cima, tinha o condão de agigantar a beleza do maravilhoso milagre que se revelara num reencontro de amigos que simplesmente não se conheciam.

Deus é maravilhoso!

Pax et bonum.

Crédito:
Fabio,
Advogado, católico.
E meu amor em tempo integral!

Beijo da Raposinha!
Carpe Diem

segunda-feira, 6 de julho de 2009

O Urso e a Leoa

A vida é uma caixinha de surpresas. Encontros inusitados, amores impossíveis que se tornam possíveis. Esse é um conto que começa no dia em que o Urso se apaixonou pela Leoa. Taí seu conto, amor meu! Um beijo da sua Leoa, meu Urso!

Em um tempo não muito distante, havia uma regra no reino animal onde só poderiam se unir os animais da mesma espécie. Tudo era calmo e tranquilo, até que um dia, dois animais descobriram que a vida lhes reservava uma surpresa.
Um Urso, muito forte e bonito, olhou diferente para uma Leoa. Seus olhares se cruzaram e aconteceu o inevitável, os dois se apaixonaram.
Não havia quem dissesse que esse amor era possível.
O Urso territorialista, forte, a Leoa com status de “autoridade”, temperamental e ciumenta. Ele Urso, ela Leoa, já começava por aí. O Urso era diferente demais da Leoa, impressionava-se com seu porte, achava que seria apenas um súdito daquela linda majestade. O Urso ainda não tinha visto o amor brilhando nos olhos daquela Leoa.
Os dias passaram e os comentários começaram a aparecer. E o Urso foi ter com a Leoa.
Um oi meio engasgado e a Leoa surpresa com a atitude do Urso correspondeu à sua abordagem e daí em diante, não mais se separaram...
A floresta estava ruidosa naqueles dias, até que o Urso e a Leoa resolveram falar abertamente sobre seu amor.
Os animais foram contra, mas a Leoa, com sabedoria, disse aos demais:
- Não podemos ficar juntos por causa das regras? E se eu mostrar que existe uma regra que nos obriga a ficar juntos? Uma regra que é mais poderosa que a regra das espécies? Vocês aceitariam a nossa união?
Os animais pensaram e discorreram entre si e enfim, a coruja, sábia conselheira, disse pelos outros que sim.
A Leoa então fez seu breve discurso:
- Todos sabemos que existem regras em comunidades que são para ser cumpridas. Sabemos também que não adianta impor uma regra que vá contra a natureza dos seres. Então, como impor uma regra que limita a ação do coração, órgão vivo, autônomo, que não se importa com o que o cérebro ordena, faz o que sente e não é sujeito a nada e nem a ninguém?
A Leoa se calou, olhou para seu Urso e esperava a reação dos outros animais. Foi quando a tartaruga, a mais velha dos bichos disse:
- Em minha longa vida, nunca vi o amor perder uma única batalha.
Os bichos aceitaram, pois contra o amor não há regras, não há argumentos, não há talvez.
E o Urso e a Leoa puderam viver felizes, juntos, curtindo a delícia de suas afinidades e diferenças. O Urso dominava a Leoa e a Leoa se sentiu frágil, deliciosamente frágil diante da força do Urso. E o Urso tinha tudo daquela Leoa, o amor que nunca havia encontrado, a parceria perfeita para sua vida. Nunca houve amor maior.
E viveram realmente, felizes para sempre... Até os dias de hoje e com a certeza absoluta do amanhã.

Beijo da Raposinha, que também é Leoa...
Carpe diem!

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Sutilezas

Cheiro de café preto, bolo, chocolate!
Cheiro de visita!
Vem por uns dias, se vai, mas está sempre
aqui e eu lá!
Deixa um pouco de si, leva um pouco de mim, e mesmo longe somos um, somos nós!
Vem como presente, se faz presente em corpo. Em alma, nunca estou só.
Cheiro de amor, paixão, cumplicidade.
Cheiro de pescoço, sentido no longo abraço. Como me sinto segura nesses braços.
Cheiro de céu, no céu da boca, nos beijos, nas promessas ditas ao pé do ouvido!
Intimidade nos toques, mãos, pés, pelos!
Lanchinho da madrugada, conversas até altas horas.
E dormir juntinho, depois de saborear o vinho!
Momentos sutis, toques sutis, pensamentos nada sutis!
Instantes, segundos, horas. De espera e de encontro. Um segundo que vira uma vida inteira! Vida vivida em conjunto! Dias eternos.
Que assim seja!
E que o seja todos os dias!

Beijo da Raposinha!
E pro meu amor, beijos e mais beijos, da Leoa!
Carpe Diem

domingo, 7 de junho de 2009

O passado se foi... Mas como feridas abertas, ficam as cicatrizes. Passou a dor, a inflamação, o nojo, a revolta do que aconteceu. Mas continua a marca, ali, onde pode ser vista, tocada, sem dor, mas com a vaidade afetada por causa da horrível marca da cicatriz.
Como seria bom se houvesse cirurgiões plásticos da alma. Como seria!
A pior cicatriz é a que marca a alma. A marca de dar o coração para alguém!
O que me faz forte é poder mudar meu futuro, com pensamentos otimistas e com vontade de acertar. Ter sempre um olhar de saudade para o que foi bom e outro diferente para o que não foi. Quero aprender a olhar para minhas cicatrizes como os feridos pela guerra. Elas estão ali, não vão sair. Mas são a prova de que entrei em combate, me feri, mas também sobrevivi. Essa guerra eu venci.
Meu coração foi aceito como presente e não me foi devolvido. Hoje é compartilhado. Enfim, também ganhei o coração do meu par!
Eis uma marca que não quero perder, a marca do amor lutado e conquistado. Um amor que convive com as marcas do passado e com a delícia de um futuro sem mácula. Bastam as do que já se foi!

Beijo da Raposinha!
Carpe Diem

domingo, 31 de maio de 2009

Fé, Esperança e Caridade

Conto com seu conto!
Fabio disse:
"Tenho uma sugestão para o "conto com seu conto": fé, esperança e caridade. Preciso ler vc escrevendo sobre isso. Beijo do teu urso".
Taí meu Urso, seu conto... Depois então você me conta o que achou, razão da minha vida!
Te amo... Sua Leoa!

Costumava andar no parque descalça. A sensação de pisar em vários tipos de terreno era por mim considerada demais prazerosa. E nesses momentos, me recolhia ao meu íntimo e fazia planos, lembrava coisas, importantes ou não.
Um dia sentei-me num banco, debaixo da sombra de uma árvore e um senhor de uns 70 anos sentou-se ao meu lado. Estava cansado e jogou-se gostosamente como uma criança na caixa de areia. Sorriu um daqueles sorrisos que iluminam a alma e não pude deixar de puxar conversa.
- Bom dia! Disse-lhe, retribuindo aquele sorriso.
- Bom dia, criança. Respondeu-me e me senti meio assim mesmo, uma criança!
Depois de algumas falas e das devidas apresentações, descobrimos que participávamos da mesma comunidade cristã.
Os assuntos não paravam e aquele senhor parecia uma enciclopédia ambulante. Tanta sabedoria, tanta disposição em compartilhar e começamos a falar sobre Jesus e o plano de Salvação.
Em minha ânsia pelo saber, perguntei o que ele, com tanta sabedoria poderia me dizer sobre a salvação. E ele me respondeu:
- Filha, para entendermos um pouco da Salvação, temos que dar nomes certos às coisas. Não se enganar em relação à salvação e justificação, caridade e filantropia, fé e crença...
Ouvia atenta!
- Jesus morreu por nós, sendo Ele perfeito, seria o único sacrifício aceitável por Deus em definitivo. Ele nos deu o sinal da cruz e a cruz passou a ser nosso norte.
- Mas onde entram a fé e a caridade no plano de salvação? Perguntei.
- A fé foi dada por Deus a cada um de nós. Deus nos proveu da ferramenta necessária para identificar e aceitar que o sacrifício de Cristo não poderia ser substituído por nada vindo de nós mesmos. Somente Deus poderia suprir o cordeiro, sem mancha, sem mácula. A fé é a adesão máxima do nosso espírito àquilo em que crê ser verdadeiro. Ela existe dentro de cada um de nós. É como uma sementinha, que germina e tem que crescer, e cresce através da nossa caminhada diária.
Se você usa a sua fé, enxerga a cruz e passa a ter Cristo como salvador, como exemplo.
Cristo nos ensinou que para segui-lo deveríamos ir após Ele e carregar a nossa cruz.
- Nossa! E como saber qual a nossa cruz?
- A mesma dele, guardadas as devidas proporções. Disse-me.
- Continuando. A fé nos permite crer no sinal da cruz e a fé necessita crescer. Se ela é como uma semente, precisa de água, luz, calor e alimento para crescer. Tudo isso podemos obter, exercitando nossa caridade.
- Ah, agora sim. E qual a diferença entre caridade e filantropia?
- Caridade é a fé em ação. É o ato de amor ao próximo feito por aquele que ama a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Filantropia não. O filantropo não tem a necessidade de ser cristão. Não lhe interessa mostrar para o que recebe a caridade a face de Cristo em si. Ele pratica a filantropia. Quem está ali é ele e tão somente ele.
Se você é filantropo, doa-se por momentos e depois pode nunca mais ver aquela pessoa. Agora a caridade, essa você doa seu tempo, quando você parte, deixa um pedaço de si, deixa a marca da cruz, deixa uma direção ao alvo de sua caridade.
- Que lindo! Deixe-me ver se entendi.
A salvação é o sacrifício de Cristo por amor a Deus e à humanidade, a nossa adesão a Cristo, por meio da fé que Deus nos deu e a prática da caridade, que é o nosso sacrifício para com o próximo. Como exemplo de Cristo, doamo-nos e nos entregamos às obras por amor d’Ele.
- Quase isso! Ainda falta falarmos sobre justificação e salvação. Quando se adere ao sacrifício de Cristo, você está justificado, ou seja, torna-se justo, digno por Cristo de receber a salvação. Até então, você é justificado. E você também se justifica pelas suas obras. Pelos frutos, conhecereis a árvore. Se tem bons frutos e se mantém firme e fiel, alcança então, a salvação.
E a esperança? Ah, a esperança é uma ferramenta linda, através da esperança, não apenas cremos, mas passamos a esperar confiantes no Senhor. Sabendo que Ele sempre nos dará a coisa certa, e mesmo que não venhamos a compreendê-Lo, Ele sempre nos fará o seu melhor! A isso chamamos esperança, esperar confiantemente!
Eram 15:00 h, e o senhor teria que seguir para sua casa. A conversa tinha sido gostosa o suficiente para ser inesquecível. Ali pude sentir na pele o sentido profundo da palavra caridade. Um Senhor que se doou a mim, compartilhou seus conhecimentos e pude ver então, em um ser humano normal, a face de meu Cristo. Uma parte dele ficaria para sempre comigo. A esperança fazia agora sentido para mim e a Salvação ficou mais próxima. Tudo por que alguém se importou, alguém quis mais que filantropia, quis a caridade como lema de vida.


Beijo da Raposinha!

Carpe Diem

sábado, 16 de maio de 2009

É assim

A chuva cai e um dia amanhece. A esperança não morre nunca.
A vida seguindo seu curso e o ir é como o vir, se temos em mente que tanto faz, chegamos sempre em algum lugar.
Pessoas que vão, pessoas que vem, tem os que ficam e os que ficaram. Uns perdem, outros ganham. Uns simplesmente não se dão conta de nada.
Em meio a dúvidas e pensamentos, corta o silêncio o canto da cigarra. Vai chover de novo!
E a vida se transforma. O amor vira amigo, inimigo, vira o rosto, fala, cala.
O inimigo chora, sofre, adoece, perdoa e já não é mais inimigo...
Saudade, reencontro, despedida, eterna ou não. E assim, segue a vida.

Beijo da Raposinha!
Carpe Diem

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Purificação

Quando a noite despenca nas mais densas trevas,
Do que é onírico, insensato e só... Não, mas a própria solidão é minha companhia...
Uma presença constante regrada de quimeras, capaz de desvanecer até o coração mais pulsante!
Nessa ânsia pelo perfeito, perdida em temor constante, busco teus olhos em vão...
Sem contentamento, desisto da felicidade e entro em choque com o instinto humano de sobreviver e fazer desvanecer toda impureza desse ser...
Sinto o esvair da mente, nessa catarse constante, iniciada por ocasião de feridas, por acreditar num paleio mentiroso de uma alma errante...
Dessas almas que não vagueiam apenas, mas fazem ninhos no coração da amante... Tola enamorada...
Ao pensar que existir não basta, descubro agora que vida não restou... Apenas respiro!!!
Isso passa!
A alma já não dói e as trevas nem são mais densas como outrora!!! Se apenas respiro e não vivo, morto também não estou...
E nesse dilema sigo vagando pela escuridão. Num ritmo lento, constante e cego em busca de vida, em busca de contentamento e fugindo da solidão!
Beijo da Raposinha!
Carpe Diem

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Um anjo me visitou!

A manhã começou normal, assim como tantas manhãs de inverno.
Um ventinho frio, pessoas com seus agasalhos, um indo e vindo frenético de um dia de trabalho.
Andava com o pensamento tão distante e até meu corpo estava agora, ficando cada vez mais longe do alvo dos meus pensamentos.
Sentia-me vazia, oca mesmo e sem direção. Alguém tinha que tomar uma providencia... E esse alguém era Eu!
Mas como, se não sabia nem por onde seguir, nem como começar uma nova caminhada solitária? Meus pensamentos corriam mais que o ônibus em que viajava!
Chovia e em minha viagem, continuava só. Na minha frente uma estrada que me levava para longe da minha vida, já traçada, bem definida. Atrás, meus projetos, sonhos, meu futuro todo.
Cada vez mais só!
Chego em casa e a desesperança me toma de assalto. Meus sonhos tinham morrido, meu coração batia descompassado e o sono foi meu guardião por algumas horas.
Acordo suando. Tive febre (deduzi). Calafrios que gelavam minha alma. Estava doente de tristeza. O vazio agora parecia menor, porque eu mesma tinha me reduzido a nada.
E precisava me sentir melhor, cuidar de mim. Até que aconteceu algo! Um clarão de luz em meus pensamentos.
Num relance, sinto que não estava tão só. Pelo menos até agora. Havia uma força dentro de mim. Descobri que quando se parte, deixa-se um pedaço de si e leva-se um pedaço do outro.
Senti como se um anjo estivesse comigo. Por momentos pude experimentar essa sensação. Foi muito boa.
Era como se alguém soubesse que eu precisava disso. Não sei explicar, mas o lindo dessa historia é que seria o meu primeiro questionamento que não precisava de resposta. Ele apenas estava ali. E a incompreensão do ato não tirava a beleza do que vivi.
O coração aquecido de novo.
Mas um mensageiro inesperado me conta que meu anjo teve que partir. O alento se foi! Mas o que era para ser dor se transformou em força para caminhada. A revelação da verdade escondida de que, mesmo quando estamos sós, não estamos abandonados!
Eu nunca estive só. Só não via quem estava comigo.
Quero meu anjo de volta! Quero meu anjo comigo! Não quero visitas breves, quero a eternidade ao seu lado! De breve em minha vida que seja a tristeza, nada mais!


Beijo da Raposinha!
Carpe Diem

sábado, 2 de maio de 2009

Vivendo racionalmente, aspirando o infinito!


Poucas pessoas sabem ao certo a hora em que chegaram ao fundo do poço.
Principalmente quando trata-se de relacionamentos conturbados. É mais complicado ainda quando o amor ainda parece existir.
Em tempos de guerra, o melhor é ter um lencinho branco bem à mão para poder pedir paz e poupar sua vida. Sim, os relacionamentos muitas vezes se transformam em campos de batalha.
Em muitas conversas, principalmente com mulheres, o que mais vemos são pessoas em busca de respostas. E todos os questionamentos são muito subjetivos, como: será que ele me ama, o que está pensando, o que ele quer realmente, fora os questionamentos sobre fidelidade, futuro a dois, etc. É um perguntar infinito!
Muitas vezes a conclusão é mais lógica que racional, mas quem disse que mulher apaixonada é racional? Bastaria um pouco de razão para saber que não se analisam pensamentos e nem intenções. O que está em jogo e que vai fazer diferença nos relacionamentos são os “atos” do parceiro.
Atos não são subjetivos, são mensuráveis e às vezes até palpáveis. Não estou dizendo para analisar o ato do parceiro ao lhe enviar um buquê de rosas. Pode ser delicioso recebe-las, mas não diz nada sobre o futuro, diz mais sobre o momento, principalmente no início, ao sabor da conquista. “Res, non verba” – Atos, não palavras.
Analisar como ele te trata, a atenção que lhe reserva, se cumpre ou descumpre o combinado e principalmente se está te fazendo feliz realmente. Um bom indicativo disso é a paz interior! Sente paz? Pelo menos no momento está tudo bem.
A mulher tem o terrível dom de virar conselheira ou psicóloga de seus amores. Nos cursos de psicologia, ensina-se técnicas para que o psicólogo não se envolva emocionalmente com o paciente. Você tem que decidir se quer ser psicóloga leiga ou parceira, namorada do seu amor.
Não dá para ajudar ninguém quando estamos envolvidos emocionalmente. Algumas vezes é melhor até se distanciar. O distanciamento pode ajudar e até resolver seus problemas.
Quando digo levantar a bandeira branca da paz, entenda-se dar espaço ao outro, calar (difícil), recuar, não atacar. Deixar o outro com seus pensamentos, decisões, enfim, quem sabe a saudade o faz repensar suas atitudes, sejam elas quais forem.
Os problemas são diversos. Alguns se resolvem com simples conversas, outras vezes é necessário realmente um acompanhamento com um psicólogo e no caso de haver necessidade de medicação, um psiquiatra é o profissional indicado. Geralmente o próprio psicólogo detecta a necessidade e encaminha, nesse caso.
Ajuda especializada à parte, não se esqueça de você. A vida continua, com ou sem seu amor. O futuro é cheio de grandes e espetaculares surpresas. Mantenha o foco em seus objetivos pessoais. Cuide de sua aparência física e do seu interior. Tenha amigos, caminhe descalço na areia da praia, na grama. Respire bem fundo.
Você não pode perder a noção da realidade. Mas tenha sempre como meta o infinito. Essa é a grandeza da alma do ser humano.

Beijos da Raposinha!
Carpe Diem

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Cantada inusitada

Para quem curte hard rock, vai ver que tem coisa bem mais hard que o rock.

Oi, você vem sempre aqui? (Cara perguntando para uma garota na sala de aula da faculdade)

Gente, o que responder para uma criatura dessas?
Acho que numa dessas o melhor a fazer é rir, rir, mas rir muito da cara do infeliz. Quem sabe ele não tenha senso de humor (e ridículo) e não perca a segunda chance de causar uma boa impressão?

Cursava Letras e me deparei com esse ser, sentado ao meu lado, uma calça sambada (Quem inventou que jeans velho é mais bonito? Hein, hein???) , tênis Redley, uma camiseta do Iron Maiden – nada contra, nada a favor, e uma cara de “sou irresistível”!
Pensei comigo: será que ele vem mesmo, sempre aqui? Comecei a achar que a pergunta dele fazia sentido. Não, não e não. Não vou filosofar sobre a hipótese de ter algum nexo nessa pergunta infeliz. Tenho que me concentrar na aula.
De repente, entra a professora de Literatura. – Boa noite, turma!
- Boa noite, professora. (igual no primário, delicia de tempo, só faltou chama-la de tia).
A professora começou a chamar os alunos, um a um, para ver quem estava presente. Ao final, levanta meu mais novo “amigo” e diz: - Professora, a senhora não chamou meu nome.
Ela diz: - Qual a sua turma?
- Matemática.
Explicado! O sujeito errou de turma, errou de sala, nem sei se cursava naquele turno mesmo. Exageros à parte, despediu-se e foi procurar a sua sala.

Hoje, após 12 anos desse “incidente”, ainda me lembro e rio com o rapaz que nem sempre ia ali! Mas não posso deixar de dizer que a sua segunda chance ele teve. Ele teve tanto bom humor ao cometer a gafe, saiu rindo da própria cara e muitos simpatizaram com ele. E foi uma pessoa marcante. Só falei com ele nesse dia e ainda me lembro de nossa conversa.

Eis o poder do bom-humor!

Beijo da Raposinha!
Carpe Diem

Dama procura Vagabundo

"Conto com seu Conto!"
Iniciando a série: “Conto com seu Conto!”, ideia do meu amigo, comunicólogo, designer, semi-empresário, necessário, lindo, tudo de bom, Frampton Suzuki.
Adorei o desafio!
Beijos, lindo!


Dama procura vagabundo

Era uma madrugada de junho. Ela não estava sozinha, mas se sentia só! Um daqueles dias em que a máxima “Antes só do que mal acompanhado”, não fazia sentido algum.
Estava sem esperanças e com os olhos tristes. Seus amigos viam, ouviam seus lamentos e era a única coisa que poderiam fazer naquele momento.
Era uma mulher em busca de vida!
Num ímpeto de desejo, resolveu buscar em outros mares um motivo para ser feliz. Resolveu velejar, afinal, o que não achou em terra, poderia achar no mar. Colocou tudo o que precisava para sua viagem em sua bolsa: coragem, um coração aberto, seus muitos desejos... Deixou em casa suas virtudes de dama, suas armaduras e seu sexto-sentido. Deixou conceitos, pré-conceitos e seu bom-senso! Esqueceu sua bússola!

Sua busca não demorou muito, estava ela em sua embarcação, como sempre, só. Olhando em volta via o céu estrelado, o mar calmo, sem tesão e ouviu uma voz, bem perto que dizia apenas: - Oi, sou um viajante, que belo rosto você tem!
Demorou em responder, enfim disse apenas: - Obrigada!
- Ufa! Disse ele.
- Te cansei? Respondeu ela,com uma pergunta.
- De esperar? Sim. Mas sinto-me compensado!

Foram breves palavras que a fizeram convida-lo para entrar em sua embarcação. Em instantes os dois estavam íntimos, se conheciam, nem sabiam como. E o amor foi inevitável!

A conversa seguia frouxa. Risos e confidencias pareciam tão fáceis agora! Estavam mesmo em sintonia.

Ela estava em sua primeira viagem, ele já tinha mais experiência em velejar e já havia conquistado os 7 mares. Ela, nunca saiu do Atlântico! Não conhecia os piratas, nem a força das ondas, não conhecia nem a si mesma. Não sabia dos perigos que a aguardavam. Era uma dama e descobriu um charmoso vagabundo!

Os meses passaram e ela tinha vida de novo! Encontrou uma razão para existir. Sentia o sangue quente nas veias, o brilho lhe voltou aos olhos e começou a escrever uma linda historia que não deveria ter fim!
Muitas mensagens foram enviadas em garrafas. Como nos belos filmes! Ela, com a certeza que seu vagabundo as receberia. Até que um dia, em que ele a recebeu em seu veleiro, encontrou garrafas que não eram as suas!

Conseguiu ler as mensagens. Lágrimas nos olhos. Não pode deixar de comparar. As suas eram mais bonitas! As suas tinham verdade, futuro, cumplicidade, paixão. Em suas mensagens havia um pedaço dela!

Resolveu conversar com ele e descobriu que ele amava o mar. Amava tanto que não conseguia ficar em terra firme, seus pés vacilavam. Ele também a amava, mas não conseguia deixar o mar. Gostava da idéia de um dia encontrar sereias, tesouros. Era um sonhador! E se perderam...

Ela não tinha bússola, não conseguia achar seu caminho de volta. Resolveu fazer dele, o vagabundo, seu norte!

Desde então, a dama está só de novo! Continua navegando, seu vagabundo está em outros mares agora. E ela continua sua busca.
Não por um novo amor!
Agora, a dama não procura mais um amor. Ela o encontrou.

Nesse momento a dama procura o vagabundo!

Beijo da Raposinha!
Carpe Diem

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Lobos e fantasmas


Quem não acredita em fantasmas?
Eu não acreditava até conviver com um amigo meio Phantom, notívago e louco.
Loucuras aprendi e medos senti. Ouvia o uivo rouco de um lobo e uma alcatéia inteira de lobas vinha correndo ao seu encontro.
O cenário era desolador, de belo, só o luar ao fundo e o eco do som do lobo. Sua vida começava de madrugada.

A vegetação era rasteira, e o lobo não tinha como se defender. Ficava com isso exausto, não havia um arbusto sequer capaz de esconder a vulnerabilidade do lobo. E a alcatéia era a platéia, para quem, imponente, disfarçadamente esse lobo se mostrava, mas o coração do lobo era angustia e frustração, pois descobriu que era apenas uma lenda.

Havia também fantasmas e personagens com seus nomes inventados. Conheci vários deles: Gaspar, Freds e Fredericos, de todos os tipos, para diferencia-los, só através de numerações diversas.

Entrevistando o lobo descobri muitas coisas. Descobri que ele sonhava, ele tinha desejos e tinha problemas. Esse lobo amava uma loba. E essa loba correspondia, mas ele não era digno desse amor.
Sofria com isso e, por isso, se escondia em pele de cordeiro. E o cordeiro usava os nomes dos fantasmas e personagens.
Descobri que eram a mesma pessoa. O lobo era real, os outros simplesmente “alter egos” corrompidos.

Ainda procurei o lobo para ajudá-lo, mas o lobo fugiu. Não podia mais conviver com uma pessoa que conhecia suas fraquezas. O lobo não encontrava vegetação alta, por isso fez uma cova e se enfiou, onde ninguém conseguirá encontrá-lo e ajudá-lo, até que queira.

Ainda me lembro do som da voz do lobo e do luar. Seu uivo ecoa em minha mente. Agora como um pedido de socorro, sufocado pelas sombras.
Deixei meu rastro, se um dia o lobo quiser, terá ajuda, é só farejar. Enquanto isso não acontece, sigo minha vida.
Agora, tenho que entrevistar uma águia, um leão e uma girafa. Tenho necessidade de saber como pensam as criaturas.
Mas sinto pena do lobo que, por sua vez, também sente pena de si!

terça-feira, 28 de abril de 2009

Lua e Sol!

Hoje resolvi ficar na esfera dos contos.
Esse fala das consequencias de uma escolha errada.
Espero que gostem!

Uma vez uma menina chamada Lua ganhou um presente! Uma caixa colorida, com fitas cintilantes que faziam seus olhos brilharem. Abraçou o pacote e o abriu com cuidado. Dentro do pacote havia um urso de pelúcia!
A menina exclamava contente: “Como é lindo meu presente”! E não se separava dele.
Todos os outros brinquedos que tinha, abriu mão! A casinha da Barbie, o carro do Ken, até o Bob e todas as bonecas antigas. Só tinha olhos para aquele urso, o presente mais lindo que havia ganhado!
Um dia, quando foi para escola, resolveu levar seu urso. E as suas amigas todas quiseram pegar no seu presente. Ela deixava, mas sentia ciúmes, afinal, o urso era dela, só dela!
Até que um dia, não suportando mais, resolveu guardar o urso apenas para si, não importando se com isso a chamariam de egoísta.
Só que o pior aconteceu. Seu urso sentia falta das velhas amizades e ficou triste. E com isso, não fazia Lua feliz!
Lua pensou, chorou e resolveu dividir seu urso com as meninas. Mas não conseguiu ficar perto e foi embora, pensando não ser mais importante para seu presente. Esse urso tinha vários nomes. Cada menina dava o nome que queria. E o urso perdeu a sua identidade e sua melhor amiga.
Essa historia não tem um final muito feliz! O urso continuou triste com a ausencia de Lua e Lua seguiu seu caminho sem o seu urso. E as meninas mudaram e o urso foi ficando esquecido, no passado.
Tudo poderia ter sido diferente se não houvesse ciúmes e se o urso soubesse quem realmente importava.
Os dias passaram, os anos correram, e as meninas cresceram, inclusive Lua. Mas o urso, não cresceu. Ficou com suas lembranças, afinal, era um urso de pelúcia e as lembranças já eram demais para ele.
Lua, que não tinha luz própria, ficou apagada, triste, pois sabia que precisava do seu presente. E o urso já não se lembrava de seu nome verdadeiro. O seu nome era Sol. Ele quem trazia luz para Lua.

Beijo da Raposinha!
Carpe Diem

Beijando sapos

Parece conto de fadas às avessas. Sabe daqueles romances, que você fecha os olhos e sente cheiro de rosas, baunilha, chocolate, nuvem (se é que nuvem tem cheiro), sabe lá?
Quem não viveu um romance assim que atire a primeira pedra, o telefone ou o controle remoto da TV na parede!
Conheço a história de um príncipe. Encantado não, real, meio virtual, mas de carne e osso. Não era encantado, mas era encantador.
A historia é bem simples, se bem que recheada de dragões, espadas, cavalos e cavaleiros, tem até um sapo. Só que quem lutava nessa historia era a princesa.
Isso mesmo, o príncipe estava numa caverna, preso por um dragão de 7 cabeças. Cada vez que a princesa decepava uma cabeça do dragão, o próprio príncipe, acometido pela “Síndrome de Estocolmo” ia lá e com suas atitudes, curava o dragão, tendo por ele, um afeto doentio. Com isso lhe nasciam novas cabeças mais aterrorizantes ainda.
Foram passando os anos, a princesa foi ficando sem forças e simplesmente não mais lutou com o dragão.
E esse amor se perdeu. E o príncipe continuou infeliz, pensando na princesa e sem se tomar conta do erro que cometia, alimentava o dragão que ficava cada vez mais poderoso.


Quantas princesas da atualidade já viveram essa historia?
O príncipe infeliz, a princesa infeliz, o reino destruído. A saudade do que não foi!
Na verdade, esse príncipe pode não saber que está sob uma magia forte,que o transformou em sapo (eita historia doida), o problema todo é o coração da princesa. Ela busca respostas, ela quer saber os porquês. Ela tem essa necessidade para poder libertar seu príncipe.

A vontade da princesa é restaurar o reino, salvar o príncipe, resgatar esse amor.
Mesmo que para isso tenha que continuar a beijar o sapo.


Beijo da Raposinha!
Carpe Diem

domingo, 26 de abril de 2009

Acordar para vida

Viver sem amigos é como tentar tirar leite de um urso para o café da manhã. Dá muito trabalho e não vale a pena. -Zora Neale Hurston

Achei muito apropriada a frase de Zora. Viver sem amigos é tão difícil quanto tirar leite de um urso.
Sempre que penso nos meus amigos, imagino como é bom ter com quem conversar, dividir dramas (ui!), alegrias, a pipoca com coca, vendo um filminho qualquer. Dividir seu tempo, enfim, compartilhar, dar-se, receber e achar isso tudo muito bom.
Na vida, poucas são as alegrias que você pode viver sozinho. Mesmo quando tudo parece perfeito, você sempre vai pensar em contar tudo para “aquele” amigo.

A vida pode ser fácil ou difícil, depende por qual lente resolvemos olha-la. Se sua lente estiver embaçada, lá vem os amigos para te ajudar. Sem isso, sua visão ficaria sempre do mesmo jeito. Os amigos são pessoas que te ajudam até mesmo a virar o pescoço, para que sejam vistos novos horizontes.

Eu mesma estou saindo de um problema que julgava até então bem serio. Minha lente estava embaçada, trincada, sei lá. Tentei tirar leite de um urso para meu café da manhã. Os ursos não vão te ajudar... Nunca! Mas os amigos, ah, esses estão sempre ali, do seu lado. Alimentam-te com seus conselhos, te mimam com seu amor, te aconchegam com seus colinhos, que bom é o colinho de um amigo!

Estive no Rio de Janeiro essa semana. Fui buscar uns livros que emprestei, visitar uma amiga e, de novo, pela enésima vez, tentar tirar “leite de urso” (aff!). Eu com essa mania de fazer as coisas da maneira mais difícil!
Qual não foi minha surpresa, ao passar por uma grande decepção, encontrar com essa amiga e ainda ser apresentada para outras 2 novas e lindas “espécimes” de amigo. Espécime, digo, pela raridade, pela beleza de ver no outro um irmão de alma. Sabem essas almas-anjo? Encontrei mais delas.

Meu dia foi maravilhoso! Muita conversa, muito riso, muita vida compartilhada, muitas historias engraçadas, tristes, acabadas, inacabadas. Muita lembrança e muitos conselhos.

Foi um dia de “rever” conceitos, rever valores, estreitar laços e comemorar. Sim, sempre que se encontra um amigo, tem que haver celebração. Um amigo, presente por algumas horas, muda o rumo da nossa historia, pode acreditar nisso.

Para nunca mais esquecer: Se tudo parecer perdido, procure um amigo, se encontra-lo, encontrará tudo o que perdeu ou então, conquistará novas coisas, melhores que as primeiras.

Agradeço por esse dia! Agradeço à Marcela pela hospitalidade, generosidade e educação (isso ao ser bruscamente acordada às 6:00 a.m. em pleno feriado! Pode xingar agora, amiga rsrs), agradeço à Cristiane, pelas maluquices e pelo alto-astral e à Tania, essa dotada de uma espiritualidade esplêndida, fascinante e carismática. Agradeço a Deus pelo mar de Copacabana, bem cedinho, com gente correndo, cachorrinhos tomando água de coco, os homens com seus jornais e toda uma cidade acordando para vida.

Ali, resolvi acordar para minha também!

Beijo da Raposinha! Carpe Diem

sábado, 25 de abril de 2009

Relacionar-se - O cerne da questão


Relacionamentos, a vida é feita deles.
Senhores, servos, amores, amados, amantes, amigos. O nome fica a cargo de cada um. Passa o tempo, mudam-se rostos, desgostos, mudam-se planos, horizontes, destinos. E mudam-se até os nomes.
Há quem ame seu algoz, por não perceber sua ingênua necessidade de flagelo, outros amam amores errantes, desses que do bom dia ao amanhecer, em instantes transformam o dia em noite, e o bom dia, se vai rapidamente...
Há felicidade também. Existem aqueles que amam os pais, mães e irmãos. Também filhos, netos, sobrinhos. Desses amores de berço, que já trazem consigo garantia de nunca estar só.
Existem ainda os amigos. Irmãos que Deus nos concedeu escolher. Entram em nossas vidas, fazem ninho, aquecem a alma, ficam, partem, voltam, e sempre deixam uma luz, um clarão no peito da gente!
Há os amantes que nos amam também, e os amados que recebem do nosso amor. Questão de escolha. Fazem bem, mal, causam alegria, dor, esperança ou decepção. Mas cumprem o seu papel.
Há o servo que ama seu senhor. E o nome não importa: patrões, empregados, chefes, subordinados, colaboradores. Se o relacionamento dá certo, há lucro, papel cumprido, dignidade de ser e servir.
Todo ser humano se relaciona. Uns conseguem relacionamentos sadios, outros doentios... E a vida segue!
Segue seu rumo, seu destino. Segue sua rota ininterrupta dessa estranha estrada sem fim. E mesmo que alguém resolva seguir seu caminho sozinho, em algum lugar da estrada vai pedir auxílio. – “Uma informação, por favor,”! Dirá a um estranho...
E mesmo aí, criar-se-á um elo. De quem pergunta e quer a resposta, confiante, e do que responde e tem nas mãos um pouquinho do destino desse ser solitário, que nem assim verá que em um momento, se tornou participante da vida de outro...

Carpe Diem
Raposinha Blogueira

Boas Vindas!

Um cantinho meu para dividir com o mundo!
Essa foi a ideia ao criar esse espaço e colocar meus pensamentos, ideais, visão do mundo, das coisas, enfim, compartilhar vida!
Gosto de pensar que aqui, encontrarei pessoas com pensamentos idênticos, desejos, medos e inseguranças iguais aos meus. Mas me alegra mais ainda saber que, muitas passaram e superaram muitos desafios e poderão compartilhar e, de repente, dar aquele "up" em muitos corações entristecidos.
O nome do blog é Raposinha Blogueira. Coloquei esse nome por causa de um trecho do livro "O Pequeno Príncipe" de Saint-Exupéry, em que uma raposa dá uma linda lição de amizade ao menino. E a frase chave é: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas"
É isso. Espero postar coisas novas toda semana. Quem quiser falar sobre algo específico, fique à vontade e escreva. O e-mail é
raposinha.blogger@gmail.com.

Estarei respondendo todos os e-mails.

Um beijinho e Carpe Diem...