quinta-feira, 30 de abril de 2009

Dama procura Vagabundo

"Conto com seu Conto!"
Iniciando a série: “Conto com seu Conto!”, ideia do meu amigo, comunicólogo, designer, semi-empresário, necessário, lindo, tudo de bom, Frampton Suzuki.
Adorei o desafio!
Beijos, lindo!


Dama procura vagabundo

Era uma madrugada de junho. Ela não estava sozinha, mas se sentia só! Um daqueles dias em que a máxima “Antes só do que mal acompanhado”, não fazia sentido algum.
Estava sem esperanças e com os olhos tristes. Seus amigos viam, ouviam seus lamentos e era a única coisa que poderiam fazer naquele momento.
Era uma mulher em busca de vida!
Num ímpeto de desejo, resolveu buscar em outros mares um motivo para ser feliz. Resolveu velejar, afinal, o que não achou em terra, poderia achar no mar. Colocou tudo o que precisava para sua viagem em sua bolsa: coragem, um coração aberto, seus muitos desejos... Deixou em casa suas virtudes de dama, suas armaduras e seu sexto-sentido. Deixou conceitos, pré-conceitos e seu bom-senso! Esqueceu sua bússola!

Sua busca não demorou muito, estava ela em sua embarcação, como sempre, só. Olhando em volta via o céu estrelado, o mar calmo, sem tesão e ouviu uma voz, bem perto que dizia apenas: - Oi, sou um viajante, que belo rosto você tem!
Demorou em responder, enfim disse apenas: - Obrigada!
- Ufa! Disse ele.
- Te cansei? Respondeu ela,com uma pergunta.
- De esperar? Sim. Mas sinto-me compensado!

Foram breves palavras que a fizeram convida-lo para entrar em sua embarcação. Em instantes os dois estavam íntimos, se conheciam, nem sabiam como. E o amor foi inevitável!

A conversa seguia frouxa. Risos e confidencias pareciam tão fáceis agora! Estavam mesmo em sintonia.

Ela estava em sua primeira viagem, ele já tinha mais experiência em velejar e já havia conquistado os 7 mares. Ela, nunca saiu do Atlântico! Não conhecia os piratas, nem a força das ondas, não conhecia nem a si mesma. Não sabia dos perigos que a aguardavam. Era uma dama e descobriu um charmoso vagabundo!

Os meses passaram e ela tinha vida de novo! Encontrou uma razão para existir. Sentia o sangue quente nas veias, o brilho lhe voltou aos olhos e começou a escrever uma linda historia que não deveria ter fim!
Muitas mensagens foram enviadas em garrafas. Como nos belos filmes! Ela, com a certeza que seu vagabundo as receberia. Até que um dia, em que ele a recebeu em seu veleiro, encontrou garrafas que não eram as suas!

Conseguiu ler as mensagens. Lágrimas nos olhos. Não pode deixar de comparar. As suas eram mais bonitas! As suas tinham verdade, futuro, cumplicidade, paixão. Em suas mensagens havia um pedaço dela!

Resolveu conversar com ele e descobriu que ele amava o mar. Amava tanto que não conseguia ficar em terra firme, seus pés vacilavam. Ele também a amava, mas não conseguia deixar o mar. Gostava da idéia de um dia encontrar sereias, tesouros. Era um sonhador! E se perderam...

Ela não tinha bússola, não conseguia achar seu caminho de volta. Resolveu fazer dele, o vagabundo, seu norte!

Desde então, a dama está só de novo! Continua navegando, seu vagabundo está em outros mares agora. E ela continua sua busca.
Não por um novo amor!
Agora, a dama não procura mais um amor. Ela o encontrou.

Nesse momento a dama procura o vagabundo!

Beijo da Raposinha!
Carpe Diem

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