domingo, 4 de setembro de 2011

O dom de ser mãe

Foram muitas lágrimas até chegar aqui,
Noites e noites de lamentos, rogos e uma fé que parecia descrença.
Dá-me - pedia!
E o milagre aconteceu... O que era deserto se fez manancial!
Onde não havia vida, houve júbilo – e Deus se manifestou!
O Espírito bailava sobre a face do abismo, preenchendo de vida os muitos sulcos.
Onde não havia luz, tornou-se claro como o brilho do sol.
E Deus fez de meu ventre o seio da terra,
Fez da minha vida um cântico novo, meu coração se encheu de amor e minha boca de riso e louvores.
Aquilo que sempre existiu dentro de mim agora cresce, toma forma, se movimenta num balé perfeito e num ritmo intenso. Dois corações batem dentro de mim.
Explosão de energia, um cosmos dentro do ventre.
Torno-me figura de linguagem da criação de Deus – testemunho vivo do seu agir, de sua força criadora, de sua esperança nos homens.
Mesmo sendo eu uma pequena criatura, ainda serei capaz de alimentar essa esperança em meus seios. Esperança que ficará bem segura em meus braços, bem guardada em meu coração.
Obrigada meu Deus, pelo sagrado dom de ser mãe!

Raposinha!

No dia em que amei demais

No dia em que amei demais,
meu corpo ficou febril.
Suores, batidas fortes no peito, descontrole da alma.
Tanto choro, tanto riso, tanta festa, tanta dor.
É assim mesmo, a dor chega junto com o fim do amor.

Fiz dos anos, uma longa espera,
dos dias, acordes tão lindos de uma canção muda,
só quem ouviu foi meu coração.
Dos minutos, pequenos versos,
desse inverso de não mais ser,
para simplesmente a outro pertencer.

No dia em que amei demais,
adoeci.
A cura ainda não veio, se é que virá.
Mas o amor tem dessas coisas,
marca a alma, marca o corpo, transforma os sorrisos.
E os olhos não escondem os sentimentos.
Como luzes ofuscantes que podem ser alegres ou tristes, nunca indiferentes.

O tempo passou, resignação, simplesmente o amor se perdeu.
Se perderam também os sonhos, o sono e muitos sorrisos.
E segue a vida, outro rumo, outro compasso, ainda não sei direcionar meus passos.


Raposinha!