quinta-feira, 30 de abril de 2009

Cantada inusitada

Para quem curte hard rock, vai ver que tem coisa bem mais hard que o rock.

Oi, você vem sempre aqui? (Cara perguntando para uma garota na sala de aula da faculdade)

Gente, o que responder para uma criatura dessas?
Acho que numa dessas o melhor a fazer é rir, rir, mas rir muito da cara do infeliz. Quem sabe ele não tenha senso de humor (e ridículo) e não perca a segunda chance de causar uma boa impressão?

Cursava Letras e me deparei com esse ser, sentado ao meu lado, uma calça sambada (Quem inventou que jeans velho é mais bonito? Hein, hein???) , tênis Redley, uma camiseta do Iron Maiden – nada contra, nada a favor, e uma cara de “sou irresistível”!
Pensei comigo: será que ele vem mesmo, sempre aqui? Comecei a achar que a pergunta dele fazia sentido. Não, não e não. Não vou filosofar sobre a hipótese de ter algum nexo nessa pergunta infeliz. Tenho que me concentrar na aula.
De repente, entra a professora de Literatura. – Boa noite, turma!
- Boa noite, professora. (igual no primário, delicia de tempo, só faltou chama-la de tia).
A professora começou a chamar os alunos, um a um, para ver quem estava presente. Ao final, levanta meu mais novo “amigo” e diz: - Professora, a senhora não chamou meu nome.
Ela diz: - Qual a sua turma?
- Matemática.
Explicado! O sujeito errou de turma, errou de sala, nem sei se cursava naquele turno mesmo. Exageros à parte, despediu-se e foi procurar a sua sala.

Hoje, após 12 anos desse “incidente”, ainda me lembro e rio com o rapaz que nem sempre ia ali! Mas não posso deixar de dizer que a sua segunda chance ele teve. Ele teve tanto bom humor ao cometer a gafe, saiu rindo da própria cara e muitos simpatizaram com ele. E foi uma pessoa marcante. Só falei com ele nesse dia e ainda me lembro de nossa conversa.

Eis o poder do bom-humor!

Beijo da Raposinha!
Carpe Diem

Dama procura Vagabundo

"Conto com seu Conto!"
Iniciando a série: “Conto com seu Conto!”, ideia do meu amigo, comunicólogo, designer, semi-empresário, necessário, lindo, tudo de bom, Frampton Suzuki.
Adorei o desafio!
Beijos, lindo!


Dama procura vagabundo

Era uma madrugada de junho. Ela não estava sozinha, mas se sentia só! Um daqueles dias em que a máxima “Antes só do que mal acompanhado”, não fazia sentido algum.
Estava sem esperanças e com os olhos tristes. Seus amigos viam, ouviam seus lamentos e era a única coisa que poderiam fazer naquele momento.
Era uma mulher em busca de vida!
Num ímpeto de desejo, resolveu buscar em outros mares um motivo para ser feliz. Resolveu velejar, afinal, o que não achou em terra, poderia achar no mar. Colocou tudo o que precisava para sua viagem em sua bolsa: coragem, um coração aberto, seus muitos desejos... Deixou em casa suas virtudes de dama, suas armaduras e seu sexto-sentido. Deixou conceitos, pré-conceitos e seu bom-senso! Esqueceu sua bússola!

Sua busca não demorou muito, estava ela em sua embarcação, como sempre, só. Olhando em volta via o céu estrelado, o mar calmo, sem tesão e ouviu uma voz, bem perto que dizia apenas: - Oi, sou um viajante, que belo rosto você tem!
Demorou em responder, enfim disse apenas: - Obrigada!
- Ufa! Disse ele.
- Te cansei? Respondeu ela,com uma pergunta.
- De esperar? Sim. Mas sinto-me compensado!

Foram breves palavras que a fizeram convida-lo para entrar em sua embarcação. Em instantes os dois estavam íntimos, se conheciam, nem sabiam como. E o amor foi inevitável!

A conversa seguia frouxa. Risos e confidencias pareciam tão fáceis agora! Estavam mesmo em sintonia.

Ela estava em sua primeira viagem, ele já tinha mais experiência em velejar e já havia conquistado os 7 mares. Ela, nunca saiu do Atlântico! Não conhecia os piratas, nem a força das ondas, não conhecia nem a si mesma. Não sabia dos perigos que a aguardavam. Era uma dama e descobriu um charmoso vagabundo!

Os meses passaram e ela tinha vida de novo! Encontrou uma razão para existir. Sentia o sangue quente nas veias, o brilho lhe voltou aos olhos e começou a escrever uma linda historia que não deveria ter fim!
Muitas mensagens foram enviadas em garrafas. Como nos belos filmes! Ela, com a certeza que seu vagabundo as receberia. Até que um dia, em que ele a recebeu em seu veleiro, encontrou garrafas que não eram as suas!

Conseguiu ler as mensagens. Lágrimas nos olhos. Não pode deixar de comparar. As suas eram mais bonitas! As suas tinham verdade, futuro, cumplicidade, paixão. Em suas mensagens havia um pedaço dela!

Resolveu conversar com ele e descobriu que ele amava o mar. Amava tanto que não conseguia ficar em terra firme, seus pés vacilavam. Ele também a amava, mas não conseguia deixar o mar. Gostava da idéia de um dia encontrar sereias, tesouros. Era um sonhador! E se perderam...

Ela não tinha bússola, não conseguia achar seu caminho de volta. Resolveu fazer dele, o vagabundo, seu norte!

Desde então, a dama está só de novo! Continua navegando, seu vagabundo está em outros mares agora. E ela continua sua busca.
Não por um novo amor!
Agora, a dama não procura mais um amor. Ela o encontrou.

Nesse momento a dama procura o vagabundo!

Beijo da Raposinha!
Carpe Diem

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Lobos e fantasmas


Quem não acredita em fantasmas?
Eu não acreditava até conviver com um amigo meio Phantom, notívago e louco.
Loucuras aprendi e medos senti. Ouvia o uivo rouco de um lobo e uma alcatéia inteira de lobas vinha correndo ao seu encontro.
O cenário era desolador, de belo, só o luar ao fundo e o eco do som do lobo. Sua vida começava de madrugada.

A vegetação era rasteira, e o lobo não tinha como se defender. Ficava com isso exausto, não havia um arbusto sequer capaz de esconder a vulnerabilidade do lobo. E a alcatéia era a platéia, para quem, imponente, disfarçadamente esse lobo se mostrava, mas o coração do lobo era angustia e frustração, pois descobriu que era apenas uma lenda.

Havia também fantasmas e personagens com seus nomes inventados. Conheci vários deles: Gaspar, Freds e Fredericos, de todos os tipos, para diferencia-los, só através de numerações diversas.

Entrevistando o lobo descobri muitas coisas. Descobri que ele sonhava, ele tinha desejos e tinha problemas. Esse lobo amava uma loba. E essa loba correspondia, mas ele não era digno desse amor.
Sofria com isso e, por isso, se escondia em pele de cordeiro. E o cordeiro usava os nomes dos fantasmas e personagens.
Descobri que eram a mesma pessoa. O lobo era real, os outros simplesmente “alter egos” corrompidos.

Ainda procurei o lobo para ajudá-lo, mas o lobo fugiu. Não podia mais conviver com uma pessoa que conhecia suas fraquezas. O lobo não encontrava vegetação alta, por isso fez uma cova e se enfiou, onde ninguém conseguirá encontrá-lo e ajudá-lo, até que queira.

Ainda me lembro do som da voz do lobo e do luar. Seu uivo ecoa em minha mente. Agora como um pedido de socorro, sufocado pelas sombras.
Deixei meu rastro, se um dia o lobo quiser, terá ajuda, é só farejar. Enquanto isso não acontece, sigo minha vida.
Agora, tenho que entrevistar uma águia, um leão e uma girafa. Tenho necessidade de saber como pensam as criaturas.
Mas sinto pena do lobo que, por sua vez, também sente pena de si!

terça-feira, 28 de abril de 2009

Lua e Sol!

Hoje resolvi ficar na esfera dos contos.
Esse fala das consequencias de uma escolha errada.
Espero que gostem!

Uma vez uma menina chamada Lua ganhou um presente! Uma caixa colorida, com fitas cintilantes que faziam seus olhos brilharem. Abraçou o pacote e o abriu com cuidado. Dentro do pacote havia um urso de pelúcia!
A menina exclamava contente: “Como é lindo meu presente”! E não se separava dele.
Todos os outros brinquedos que tinha, abriu mão! A casinha da Barbie, o carro do Ken, até o Bob e todas as bonecas antigas. Só tinha olhos para aquele urso, o presente mais lindo que havia ganhado!
Um dia, quando foi para escola, resolveu levar seu urso. E as suas amigas todas quiseram pegar no seu presente. Ela deixava, mas sentia ciúmes, afinal, o urso era dela, só dela!
Até que um dia, não suportando mais, resolveu guardar o urso apenas para si, não importando se com isso a chamariam de egoísta.
Só que o pior aconteceu. Seu urso sentia falta das velhas amizades e ficou triste. E com isso, não fazia Lua feliz!
Lua pensou, chorou e resolveu dividir seu urso com as meninas. Mas não conseguiu ficar perto e foi embora, pensando não ser mais importante para seu presente. Esse urso tinha vários nomes. Cada menina dava o nome que queria. E o urso perdeu a sua identidade e sua melhor amiga.
Essa historia não tem um final muito feliz! O urso continuou triste com a ausencia de Lua e Lua seguiu seu caminho sem o seu urso. E as meninas mudaram e o urso foi ficando esquecido, no passado.
Tudo poderia ter sido diferente se não houvesse ciúmes e se o urso soubesse quem realmente importava.
Os dias passaram, os anos correram, e as meninas cresceram, inclusive Lua. Mas o urso, não cresceu. Ficou com suas lembranças, afinal, era um urso de pelúcia e as lembranças já eram demais para ele.
Lua, que não tinha luz própria, ficou apagada, triste, pois sabia que precisava do seu presente. E o urso já não se lembrava de seu nome verdadeiro. O seu nome era Sol. Ele quem trazia luz para Lua.

Beijo da Raposinha!
Carpe Diem

Beijando sapos

Parece conto de fadas às avessas. Sabe daqueles romances, que você fecha os olhos e sente cheiro de rosas, baunilha, chocolate, nuvem (se é que nuvem tem cheiro), sabe lá?
Quem não viveu um romance assim que atire a primeira pedra, o telefone ou o controle remoto da TV na parede!
Conheço a história de um príncipe. Encantado não, real, meio virtual, mas de carne e osso. Não era encantado, mas era encantador.
A historia é bem simples, se bem que recheada de dragões, espadas, cavalos e cavaleiros, tem até um sapo. Só que quem lutava nessa historia era a princesa.
Isso mesmo, o príncipe estava numa caverna, preso por um dragão de 7 cabeças. Cada vez que a princesa decepava uma cabeça do dragão, o próprio príncipe, acometido pela “Síndrome de Estocolmo” ia lá e com suas atitudes, curava o dragão, tendo por ele, um afeto doentio. Com isso lhe nasciam novas cabeças mais aterrorizantes ainda.
Foram passando os anos, a princesa foi ficando sem forças e simplesmente não mais lutou com o dragão.
E esse amor se perdeu. E o príncipe continuou infeliz, pensando na princesa e sem se tomar conta do erro que cometia, alimentava o dragão que ficava cada vez mais poderoso.


Quantas princesas da atualidade já viveram essa historia?
O príncipe infeliz, a princesa infeliz, o reino destruído. A saudade do que não foi!
Na verdade, esse príncipe pode não saber que está sob uma magia forte,que o transformou em sapo (eita historia doida), o problema todo é o coração da princesa. Ela busca respostas, ela quer saber os porquês. Ela tem essa necessidade para poder libertar seu príncipe.

A vontade da princesa é restaurar o reino, salvar o príncipe, resgatar esse amor.
Mesmo que para isso tenha que continuar a beijar o sapo.


Beijo da Raposinha!
Carpe Diem

domingo, 26 de abril de 2009

Acordar para vida

Viver sem amigos é como tentar tirar leite de um urso para o café da manhã. Dá muito trabalho e não vale a pena. -Zora Neale Hurston

Achei muito apropriada a frase de Zora. Viver sem amigos é tão difícil quanto tirar leite de um urso.
Sempre que penso nos meus amigos, imagino como é bom ter com quem conversar, dividir dramas (ui!), alegrias, a pipoca com coca, vendo um filminho qualquer. Dividir seu tempo, enfim, compartilhar, dar-se, receber e achar isso tudo muito bom.
Na vida, poucas são as alegrias que você pode viver sozinho. Mesmo quando tudo parece perfeito, você sempre vai pensar em contar tudo para “aquele” amigo.

A vida pode ser fácil ou difícil, depende por qual lente resolvemos olha-la. Se sua lente estiver embaçada, lá vem os amigos para te ajudar. Sem isso, sua visão ficaria sempre do mesmo jeito. Os amigos são pessoas que te ajudam até mesmo a virar o pescoço, para que sejam vistos novos horizontes.

Eu mesma estou saindo de um problema que julgava até então bem serio. Minha lente estava embaçada, trincada, sei lá. Tentei tirar leite de um urso para meu café da manhã. Os ursos não vão te ajudar... Nunca! Mas os amigos, ah, esses estão sempre ali, do seu lado. Alimentam-te com seus conselhos, te mimam com seu amor, te aconchegam com seus colinhos, que bom é o colinho de um amigo!

Estive no Rio de Janeiro essa semana. Fui buscar uns livros que emprestei, visitar uma amiga e, de novo, pela enésima vez, tentar tirar “leite de urso” (aff!). Eu com essa mania de fazer as coisas da maneira mais difícil!
Qual não foi minha surpresa, ao passar por uma grande decepção, encontrar com essa amiga e ainda ser apresentada para outras 2 novas e lindas “espécimes” de amigo. Espécime, digo, pela raridade, pela beleza de ver no outro um irmão de alma. Sabem essas almas-anjo? Encontrei mais delas.

Meu dia foi maravilhoso! Muita conversa, muito riso, muita vida compartilhada, muitas historias engraçadas, tristes, acabadas, inacabadas. Muita lembrança e muitos conselhos.

Foi um dia de “rever” conceitos, rever valores, estreitar laços e comemorar. Sim, sempre que se encontra um amigo, tem que haver celebração. Um amigo, presente por algumas horas, muda o rumo da nossa historia, pode acreditar nisso.

Para nunca mais esquecer: Se tudo parecer perdido, procure um amigo, se encontra-lo, encontrará tudo o que perdeu ou então, conquistará novas coisas, melhores que as primeiras.

Agradeço por esse dia! Agradeço à Marcela pela hospitalidade, generosidade e educação (isso ao ser bruscamente acordada às 6:00 a.m. em pleno feriado! Pode xingar agora, amiga rsrs), agradeço à Cristiane, pelas maluquices e pelo alto-astral e à Tania, essa dotada de uma espiritualidade esplêndida, fascinante e carismática. Agradeço a Deus pelo mar de Copacabana, bem cedinho, com gente correndo, cachorrinhos tomando água de coco, os homens com seus jornais e toda uma cidade acordando para vida.

Ali, resolvi acordar para minha também!

Beijo da Raposinha! Carpe Diem

sábado, 25 de abril de 2009

Relacionar-se - O cerne da questão


Relacionamentos, a vida é feita deles.
Senhores, servos, amores, amados, amantes, amigos. O nome fica a cargo de cada um. Passa o tempo, mudam-se rostos, desgostos, mudam-se planos, horizontes, destinos. E mudam-se até os nomes.
Há quem ame seu algoz, por não perceber sua ingênua necessidade de flagelo, outros amam amores errantes, desses que do bom dia ao amanhecer, em instantes transformam o dia em noite, e o bom dia, se vai rapidamente...
Há felicidade também. Existem aqueles que amam os pais, mães e irmãos. Também filhos, netos, sobrinhos. Desses amores de berço, que já trazem consigo garantia de nunca estar só.
Existem ainda os amigos. Irmãos que Deus nos concedeu escolher. Entram em nossas vidas, fazem ninho, aquecem a alma, ficam, partem, voltam, e sempre deixam uma luz, um clarão no peito da gente!
Há os amantes que nos amam também, e os amados que recebem do nosso amor. Questão de escolha. Fazem bem, mal, causam alegria, dor, esperança ou decepção. Mas cumprem o seu papel.
Há o servo que ama seu senhor. E o nome não importa: patrões, empregados, chefes, subordinados, colaboradores. Se o relacionamento dá certo, há lucro, papel cumprido, dignidade de ser e servir.
Todo ser humano se relaciona. Uns conseguem relacionamentos sadios, outros doentios... E a vida segue!
Segue seu rumo, seu destino. Segue sua rota ininterrupta dessa estranha estrada sem fim. E mesmo que alguém resolva seguir seu caminho sozinho, em algum lugar da estrada vai pedir auxílio. – “Uma informação, por favor,”! Dirá a um estranho...
E mesmo aí, criar-se-á um elo. De quem pergunta e quer a resposta, confiante, e do que responde e tem nas mãos um pouquinho do destino desse ser solitário, que nem assim verá que em um momento, se tornou participante da vida de outro...

Carpe Diem
Raposinha Blogueira

Boas Vindas!

Um cantinho meu para dividir com o mundo!
Essa foi a ideia ao criar esse espaço e colocar meus pensamentos, ideais, visão do mundo, das coisas, enfim, compartilhar vida!
Gosto de pensar que aqui, encontrarei pessoas com pensamentos idênticos, desejos, medos e inseguranças iguais aos meus. Mas me alegra mais ainda saber que, muitas passaram e superaram muitos desafios e poderão compartilhar e, de repente, dar aquele "up" em muitos corações entristecidos.
O nome do blog é Raposinha Blogueira. Coloquei esse nome por causa de um trecho do livro "O Pequeno Príncipe" de Saint-Exupéry, em que uma raposa dá uma linda lição de amizade ao menino. E a frase chave é: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas"
É isso. Espero postar coisas novas toda semana. Quem quiser falar sobre algo específico, fique à vontade e escreva. O e-mail é
raposinha.blogger@gmail.com.

Estarei respondendo todos os e-mails.

Um beijinho e Carpe Diem...