
Grita comigo, esperneia, revolte-se, pois me vou.
Finja que me odeia, finja que se odeia, arrume desculpas para não me perder,
me perdendo.
Mostre-se intolerante para disfarçar a dor do afastamento...
São só mais algumas horas e estarei longe.
Cale-me com um grito, enerve-se com minha frieza de espírito,
cala a sua dor com sua cólera.
Diz que não me ama, diz que não se ama
– bem me quer, mal me quer –
despedace a flor!
Arrependa-se, peça perdão, pelos gritos, pelos insultos, depois me beija, diz que me ama no último segundo de despedida.
Depois se arrependa de novo e sofra.
Vamos brincar de quem aguenta mais?
Chora daí, eu choro daqui. Nenhum dos dois vê!
Vamos brincar de apagar sentimentos?
Deite-se para dormir, deito-me para dormir!
Um rivotril por favor?
Ganho eu, ganha você – dor e solidão!
Perco eu, perde você – todo sonho que se sonhou, todo plano que não se executou,
toda vida que não se viveu!
Fim!
Raposinha!
Como se vive assim? Ou se morre assim...
ResponderExcluirA morte não existe. Talvez ela seja um nome do vácuo, do esquecimento ou mesmo da solidão!
ResponderExcluirViver é não ter a vergonha de ser feliz, por um tempo fui sem-vergonha, rs!